terça-feira, 17 de novembro de 2015

Rare Replay Review… Vale o replay?

Para aqueles que ainda não sabem, Rare Replay é o mais recente lançamento da inglesa Rare, sendo uma coletânea composta por 30 jogos, lançados nos últimos 30 anos. A empresa ficou especialmente conhecida após o lançamento do clássico Donkey Kong Country no Super Nintendo (não presente na coletânea), vindo a lançar diversos título de sucesso até ser comprada pela Microsoft, quando o padrão de qualidade caiu drasticamente.

Image result for rare replayNuma análise rápida a rasteira, a coletânea é título obrigatório para os donos de Xbox One por um único motivo: o preço. Sendo vendido em média por R$ 99,00 (podendo ser encontrado por um pouco menos) o valor por jogo torna-se praticamente ínfimo, mesmo considerando-se que alguns títulos dificilmente teriam valor se vendidos separadamente.
Porém, mesmo diante do enorme atrativo, o jogo está longe de ser uma obra prima, e a Rare perdeu uma grande chance de fazer algo ainda mais grandioso.
Image result for rare replayO destaque na coletânea fica com os jogos da melhor fase da empresa, durante o ciclo de vida do Nintendo 64. Assim, nada melhor que revisitar jogos como Perfect Dark, Blast Corps, Jet Force Jemini, Conker’s Bad Fur Day, Banjo-Kazzoie e Tooie, entre outros. Destaque ainda para Battletoads do Nintendinho (aclamado jogo do ano em 1991), bem como Battletoads arcade, disponível pela primeira vez num console de mesa.
O ponto negativo no quesito jogos fica com a ausência da série Donkey Kong Country, bem como do excelente 007 Goldeneye, cujos direitos não mais pertencem à Rare. Poderia ainda ser incluída a série Killer Instinct arcade, infinitamente superior ao jogo lançado no N64.
Image result for rare replayO jogo em si possui boa apresentação, com um menu bem elaborado, de fácil nevegação. Há um breve relato sobre cada jogo e muitas conquistas a serem desbloqueadas. Restou incluído ainda (na maioria dos jogos) um sistema que permite ao jogador retornar até 10 segundos, podendo, desta forma, evitar os contratempos de jogos mais difíceis. Na prática, isso significa que até você, jogador sem grandes habilidades, possa passar da terceira fase do Battletoads, o famigerado Turbo Tunnel. Há também uma série de curtos desafios extras nos jogos, chamados de Snapshots, que igualmente liberam conquistas.
Destaque ainda para o conteúdo extra a ser liberado, como making of de diversos jogos. Neste ponto, como jogador saudosista que sou, vejo como ponto negativo o fato da empresa não incluir, por exemplo, imagens das caixas dos jogos quando originalmente lançados, ou ainda seus manuais, o que certamente traria à baila uma série de lembranças para aqueles que jogaram à época. As músicas também poderiam estar presentes em menus à parte, vez que a Rare conta com grandes compositores, como David Wise e Grant Kirkhope.
É absolutamente incompreensível que um achievement seja liberado a cada jogo iniciado. Que tipo de conquista é essa? “Parabéns, você iniciou aquele jogo que talvez nunca abriria…merece uma conquista”. Brincadeira, né Rare. A fraqueza do jogo vem da palavra interação. Isso porque simplesmente não existe interação no jogo. Explico. Se você quer jogar Perfect Dark online, tudo bem. Mas não porque a Rare incluiu essa funcionalidade, e sim porque trata-se de um port do jogo já lançado para Xbox 360 e que já possuía essa opção. Ou seja, se o jogo já tinha sido lançado anteriormente e possuía a opção, tudo bem. Senão, já era. Nada de jogar Battletoads, R.C. Pro-AM, Killer Instinct e outros com o seu amigo, a não ser que ele sente a bunda gorda dele no seu sofá. Chega a ser cômico dizer isso justamente na semana em que a Microsoft libera sua nova dashboard ao sistema, pregando como destaque a interação. Cadê a interação? Microsoft e Rare não se conversam, aparentemente. Resta destacar ser inexplicável o fato de uma coletânea de jogos antigos possuir tantos updates a serem feitos. Vai iniciar Banjo-Kazooie? Atualização de pouco mais de 500 MB. Vai começar Banjo-Tooie? Calma, atualize o jogo primeiro, e por aí vai. A Rare demonstra no jogo que realmente “perdeu a mão”. Quanta saudade do tempo dessa empresa na Nintendo…
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Talvez essa seja a melhor coletânea da Rare de todos os tempos, pois do jeito que as coisas andam, daqui a 30 anos não haverá muita coisa a ser comemorada. Feitas as considerações, resta atribuir ao jogo nota 7.
Pontos positivos: Enorme quantidade de jogos. Alguns excelentes jogos inclusos. Boa apresentação. Preço atrativo.
Pontos negativos: Ausência de mais conteúdo nos jogos antigos (capas, manuais, músicas). Ausência de grandes sucessos. Ausência de multiplayer online em vários jogos.

Um comentário:

  1. Meu caro Xingu, excelente review. Compartilho do mesmo pensamento em praticamente todos os pontos. Como pode em pleno 2015 não possuir online em uma pérola como essa? Tá certo que não conhecia metade dos jogos, mas em uma coletânea desse calibre era de se esperar um online.
    A falta de manuais e artes das capas eu pensei imediatamente após abrir a caixa da versão física e dar de cara apenas com o disco, percebendo que deixaram passar a oportunidade de incluir um encarte com algumas artes conceituais ou até mesmo um breve histórico de cada jogo, em versão impressa. Jogos velhos é para gente velha, e gente velha ainda gosta dessas coisas.
    Quanto as conquistas, não me darei ao trabalho de tentar concluir uma coletânea dessas. Naturalmente demoraria algumas centenas de horas e, no meu caso, a falta de habilidade acresceria mais algumas centenas extras.
    De qualquer forma, é uma coleção respeitável, obrigatória para quem viveu qualquer parte dessa história.
    Abraço e boa jogatina.

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