Porém, mesmo diante do enorme atrativo, o jogo está longe de ser uma obra prima, e a Rare perdeu uma grande chance de fazer algo ainda mais grandioso.
O ponto negativo no quesito jogos fica com a ausência da série Donkey Kong Country, bem como do excelente 007 Goldeneye, cujos direitos não mais pertencem à Rare. Poderia ainda ser incluída a série Killer Instinct arcade, infinitamente superior ao jogo lançado no N64.
Destaque ainda para o conteúdo extra a ser liberado, como making of de diversos jogos. Neste ponto, como jogador saudosista que sou, vejo como ponto negativo o fato da empresa não incluir, por exemplo, imagens das caixas dos jogos quando originalmente lançados, ou ainda seus manuais, o que certamente traria à baila uma série de lembranças para aqueles que jogaram à época. As músicas também poderiam estar presentes em menus à parte, vez que a Rare conta com grandes compositores, como David Wise e Grant Kirkhope.
É absolutamente incompreensível que um achievement seja liberado a cada jogo iniciado. Que tipo de conquista é essa? “Parabéns, você iniciou aquele jogo que talvez nunca abriria…merece uma conquista”. Brincadeira, né Rare. A fraqueza do jogo vem da palavra interação. Isso porque simplesmente não existe interação no jogo. Explico. Se você quer jogar Perfect Dark online, tudo bem. Mas não porque a Rare incluiu essa funcionalidade, e sim porque trata-se de um port do jogo já lançado para Xbox 360 e que já possuía essa opção. Ou seja, se o jogo já tinha sido lançado anteriormente e possuía a opção, tudo bem. Senão, já era. Nada de jogar Battletoads, R.C. Pro-AM, Killer Instinct e outros com o seu amigo, a não ser que ele sente a bunda gorda dele no seu sofá. Chega a ser cômico dizer isso justamente na semana em que a Microsoft libera sua nova dashboard ao sistema, pregando como destaque a interação. Cadê a interação? Microsoft e Rare não se conversam, aparentemente. Resta destacar ser inexplicável o fato de uma coletânea de jogos antigos possuir tantos updates a serem feitos. Vai iniciar Banjo-Kazooie? Atualização de pouco mais de 500 MB. Vai começar Banjo-Tooie? Calma, atualize o jogo primeiro, e por aí vai. A Rare demonstra no jogo que realmente “perdeu a mão”. Quanta saudade do tempo dessa empresa na Nintendo…
Talvez essa seja a melhor coletânea da Rare de todos os tempos, pois do jeito que as coisas andam, daqui a 30 anos não haverá muita coisa a ser comemorada. Feitas as considerações, resta atribuir ao jogo nota 7.
Pontos positivos: Enorme quantidade de jogos. Alguns excelentes jogos inclusos. Boa apresentação. Preço atrativo.
Pontos negativos: Ausência de mais conteúdo nos jogos antigos (capas, manuais, músicas). Ausência de grandes sucessos. Ausência de multiplayer online em vários jogos.
Meu caro Xingu, excelente review. Compartilho do mesmo pensamento em praticamente todos os pontos. Como pode em pleno 2015 não possuir online em uma pérola como essa? Tá certo que não conhecia metade dos jogos, mas em uma coletânea desse calibre era de se esperar um online.
ResponderExcluirA falta de manuais e artes das capas eu pensei imediatamente após abrir a caixa da versão física e dar de cara apenas com o disco, percebendo que deixaram passar a oportunidade de incluir um encarte com algumas artes conceituais ou até mesmo um breve histórico de cada jogo, em versão impressa. Jogos velhos é para gente velha, e gente velha ainda gosta dessas coisas.
Quanto as conquistas, não me darei ao trabalho de tentar concluir uma coletânea dessas. Naturalmente demoraria algumas centenas de horas e, no meu caso, a falta de habilidade acresceria mais algumas centenas extras.
De qualquer forma, é uma coleção respeitável, obrigatória para quem viveu qualquer parte dessa história.
Abraço e boa jogatina.